A Tiara papal, Tríplice Tiara ou Tiara Tripla (em latim: Triregnum, em italiano: Triregno e em francês: Trirègne) é a “coroa papal, uma rica cobertura para a cabeça, ornamentada com pedras preciosas e pérolas, tem a forma de uma colmeia, possui uma pequenacruz no ponto mais alto, e também é equipada com três diademas reais”. Os papas poderiam usar uma tiara já existente, ordenando que seu tamanho fosse ajustado, ou poderiam confeccionar uma nova; ele recebia a tiara na cerimônia de coroação após sua eleição, que inaugurava seu pontificado, e uma vez que a “tiara é um ornamento não-litúrgico”, a partir daí era usada apenas em “procissões papais, e solenes atos de jurisdição”, sendo que “o papa, como os bispos, veste uma mitra pontifícia nas funções litúrgicas”.
A origem da tiara papal é incerta. Os historiadores concordam que trata-se de uma lenda a afirmação que o Papa Silvestre I (314–335) recebeu a tiara do imperador Constantino como um sinal da liberdade e paz na Igreja. Segundo M. Pfeffel, Clóvis I ofertou ao Papa Símaco a tiara papal na igreja de São Martinho, em Tours no século V. Porém um ornamento branco usado na cabeça do papa é registrado pela primeira vez apenas na biografia do Papa Constantino no século VIII no “Liber Pontificalis”. Essa cobertura é chamada de camelaucum ou phrygium. De acordo com James Noonan-Charles e Bruno Heim, a mais baixa das três coroas apareceu na base da chapelaria branca tradicional dos papas no século IX, quando os papas assumiram efetivamente o poder temporal nos Estados Pontifícios, a coroa da base foi decorada com jóias para assemelhar-se as coroas dos príncipes. Assim, esta cobertura de cabeça passou a se chamar Regnum. O termo “tiara” é citado pela primeira vez na biografia do Papa Pascoal II, no Liber Pontificalis, em 1118.
Bruno Heim sugeriu que uma segunda coroa foi adicionada pelo Papa Bonifácio VIII em 1298, na época do confronto com o Filipe, o Belo, Rei da França, para mostrar que a sua autoridade espiritual era superior a autoridade civil, assim a tiara passou a ser denominada de Biregnum. No entanto, um afresco da Capela de São Silvestre (consagrada em 1247) na igreja Santi Quattro Coronati, em Roma, representa um Papa vestindo uma tiara de pano com duas coroas, o que indica que o Biregnum tem uma origem anterior.
Os historiadores divergem quanto à data e quem acrescentou à terceira coroa, com a qual a tiara passou a ser denominada de Triregnum. São sugeridos os papas João XXII (1316–1334), Urbano V (1362–1370), Clemente V (1305–1314), Bento XI (1303- 1304), ou Bento XII (especificamente em 1334).
*Alguns consideram como um símbolo esotérico em referência a Alquimia: Sal, Mercúrio e Enxofre (A Teoria do Paracelsus).