“Ainda que eu andasse pelo vale da sombra da morte, não temeria mal algum, porque tu estás comigo; a tua vara e o teu cajado me consolam (Salmo 23:4)”
O sol se põe entre as torres, no cenário do arcano 13 (Morte), a entrada para o umbral, o vale das sombras, onde a morte, o medo e o desespero fazem morada. Essas duas torres ressurgem no arcano 18 (Lua), o pórtico de passagem para a zona sombria (guardado por um cão e uma raposa, evocando Cerberus na entrada do Hades), onde qualquer um pode perder-se. Todo percurso dos arcanos 13 ao 18 é umbralino. Na arte de Pamela Colman Smith, o único que não sucumbe ou se dobra à morte é o “Hierofante”: a distância entre os arcanos 13 e 18 é o 05, o número deste arcano. Ele é o único capaz de atravessar a trilha escura sem perder-se ou corromper-se. É aquele que dissipa a escuridão por meio do conhecimento. A travessia do Hierofante é similar àquela realizada por Dante junto a Virgílio no inferno, como um observador e registrador. Para enfrentar as sombras não basta a fé: é preciso conhecê-las para dissipá-las. O Hierofante é aquele que integra as próprias sombras, e delas também destila sua gnose. Não teme a morte, o tempo, o mal, a dor, não se ilude e nem se engana. Um bom exemplo da travessia do Hierofante está nesta animação onde Yoda é submetido ao umbral e sua sombra: https://youtu.be/lfS70QoGDZg
“O conhecimento é a luz que ilumina as trevas da ignorância” (autor desconhecido).
Vivendo em meio aos livros desde criança na biblioteca de meu pai, despertei interesse logo cedo por Literatura e História. Aos onze anos, comecei a me identificar com História Antiga, mais precisamente Egiptologia e afins. O primeiro contato com o mundo esotérico surgiu das pesquisas feitas com Piramidologia e estudos sobre energia cósmica.