Storytelling: Como Usar o Tarô para Contar Uma Boa História

Box do Tarot of the New Vision;

A palavra storytelling vem do inglês storytellers, que em tradução livre seria “contadores de histórias”. Esses contadores podem ser encontrados ao longo dos séculos e nas mais diversas culturas.

Eram pessoas que acumulavam informações diversas e depois as contavam, compondo uma narrativa. Como Sheherazade, que contou histórias ao longo das “Mil e Uma Noites”, evitando ser sacrificada pelo marido e rei da Pérsia.

Ou os bardos, que com um alaúde, contavam histórias em forma de canções no período medieval. Eles narravam cenas da realeza, das batalhas, dos acontecimentos dos vilarejos, das façanhas dos heróis e de personagens fantásticos, como magos, fadas e dragões. Aliás, um dos mais importantes escritores de língua inglesa, William Shakespeare, era chamado de bardo em sua época, em uma referência a estes contadores de histórias.

Resumindo: storytelling é a arte de contar histórias naturalmente envolventes, a fim de gerar uma conexão emocional com o leitor e conduzi-lo por uma linha de raciocínio com início, meio e fim.

Box do After Tarot;

Box do Before Tarot;

O tarô é uma ótima forma de desenvolver narrativas. Chamo a atenção especialmente para a arte do Rider-Waite Smith, um dos baralhos atualmente mais famosos e reproduzidos de maneiras criativas e variadas. Pamela Colman Smith, sua criadora, conseguiu reunir imagens cheias de inspiração e sensibilidade, através de seus traços finos e característicos, alçando os arcanos maiores e menores a uma nova dimensão simbólica. Desde a sua primeira edição (1909), é o baralho do qual derivaram outros tantos, ao menos 70% do que há no mercado hoje. Chamo a atenção para quatro decks que constroem, juntos, fantásticos enredos: Before Tarot, Rider-Waite Smith, After Tarot e o Tarot of the New Vision. Criativamente, os autores acrescentaram às imagens originais do Rider ações e motivações. É por isso que a integração dos baralhos funciona muito bem: temos uma ideia antes, durante e depois do evento, além do olhar de outra perspectiva (a partir da visão das personagens). O Tarot of the New Vision (2009), o primeiro da trilogia, criação de Gianluca Cestaro e Raul Cestaro, oferece uma perspectiva do outro lado do cenário de cada carta; Before Tarot (2014), de Eon, Simona Rossi e
Corrine Kenner, que traz situações anteriores ao apresentado no Rider; o After Tarot (2017), de Giulia Francesca Massaglia, Pietro Alligo e Corrine Kenner, sugere eventos posteriores ao apresentado no Rider. Se colocarmos cartas dos mesmos arcanos em ordem, é construída uma narrativa muito interessante, que pode ser interpretada à luz da imaginação do observador.

Eu recomendo a aquisição dos quatro baralhos para estimular a capacidade de criar enredos e desenvolver narrativas. Se no tarô temos 78 arcanos, teremos 78 histórias distintas para serem contadas. A partir das combinações, obtemos uma poderosa ferramenta para o exercício de storytellings, permitindo que o leitor não apenas descortine o futuro, mas enriqueça a maneira de narrar a vida de seus(suas) consulentes.

Louco do Tarot of the New Vision;

Louco do Tarot of the New Vision;

Louco do Before Tarot;

Louco do Rider-Waite Smith;

02 de Copas do Tarot of the New Vision;

02 de Copas do After Tarot.

02 de Copas do Before Tarot;

02 de Copas só Rider-Waite Smith;

Referências:

https://www.palavrabordada.com.br/…/o-que-%C3%A9-storytelli….

https://blog.voceligado.com.br/artigo/o-que-e-storytelling/