A falcoaria é praticada há pelo menos 2.800 anos. Indícios mais seguros de sua existência datam do século 8 a.C. e foram encontrados entre os assírios. Outros achados, porém, sugerem que o uso de falcões para caça era bem disseminado também entre os povos antigos da China, Índia, Suméria, Egito e Pérsia.
No Ocidente, a falcoaria começou a popularizar-se durante a Idade Média. Mercadores e cruzados tiveram contato com falcoeiros nas expedições para o Oriente e levaram sua técnica para a Europa.
O imperador Frederico 2°, rei da Sicília e de Jerusalém, escreveu no século 13 o tratado sobre falcoaria “De Arte Venandi cum Avibus”, traduzido para o inglês em mais de 500 páginas. Com a obra, Frederico 2° tornou-se expoente histórico do adestramento de aves, dentro do “espírito da ciência moderna”.
Em um tempo em que faltava sofisticação às armas, os falcões eram o meio mais eficiente para a captura de outras aves. Para Frederico 2°, a falcoaria era um estilo de caça mais “nobre” e “refinada” que as outras porque não lança mão de armas artificiais, e o treino das aves de rapina requer habilidades difíceis de adquirir.
Durante o século 17, depois do advento da arma de fogo, a falcoaria perdeu parte da utilidade, mas sobreviveu como caça esportiva com o apoio de clubes de falcoeiros, com presença forte em toda Europa. Associada à nobreza, a prática inspirou romances e filmes, como o “Feitiço de Áquila”.
Depois da Segunda Guerra Mundial, a Inglaterra pôs as aves de rapina, inclusive
corujas, sob proteção da lei e passou a exigir licença especial dos falcoeiros. Ao mesmo tempo, o interesse pela falcoaria voltou a crescer, ganhando espaço em revistas e programas de televisão.
A ave mais popular para a caça é o falcão peregrino, pela sua força.
A DAMA DO 09 DE OUROS: A RAINHA ELEANOR D’ARBOREA
Apenas para referência podemos citar o papel da Rainha Eleanor D’Arborea
(Sardenha, 1347-1404), grande interessada na ornitologia e pioneira na implementação de legislação sobre determinadas espécies de aves de presa (o Falcão-da-Rainha – Falco
eleonorae – foi nomeado pela sua dedicação à proteção das aves de presa); de referir também que num texto sobre Elisabeth de Baviera-Ingolstadt se refere: “Todas as mulheres na corte faziam
falcoaria naquela época”; também Mary Stuart (mais tarde Mary Rainha dos Escoceses) gostava de falcoaria e voou um Esmerilhão (Falco columbarius). Alguns dos seus equipamentos de falcoaria, incluindo uma luva, já estiveram em exibição no Museu Nacional da Escócia; também a Imperatriz Catherina era conhecida por sua paixão por aves de rapina. A sua ave favorita era o Esmerilhão (Falco columbarius).
Fontes: