Ao contrário que muitos pensam e é propagado em algumas obras literárias, sites, palestras e cursos, os baralhos criados na França a partir do século XVI não contém nenhum significado especial para as cores, até porque a grande maioria dos baralhos era feita através da técnica da xilografia (placas de madeira entalhadas com as imagens dos 78 arcanos serviam como um carimbo no papel) e a colorização era artesanal, feita às pressas, de qualidade rústica a tal ponto do preenchimento não ser perfeito, tal como aparece nessa imagem do arcano 10 do baralho de Noblet: http://www.tarot-history.com/…/10-la-roue-de-fortune.jpg.
Somente a partir dos baralhos produzidos através da técnica litográfica de impressão (como se fosse um silk screen), o padrão de cores ficou mais organizado. No entanto, baralhos surgidos depois da Revolução Francesa (14/07/1789) passaram a reproduzir com mais frequência as cores da nova bandeira (azul, vermelho e branco), como neste arcano 03 na edição do Grimaud: http://www.aeclectic.net/…/grimaud-marseilles-04132.jpg. Se tomarmos alguns baralhos franceses e os compará-los, será possível perceber desde alterações de cores a objetos, como acontece no arcano 01. Portanto, há muito mais mitos por trás das cores, formas geométricas e adereços do que se supõe: uma tentativa de incutir, ao tarô, significados além do necessário.
Texto de Giancarlo Kind Schmid (21-09-2012).