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Superstições Astrológicas: 08 Pragas Que Desqualificam a Prática

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Ao longo dos 40 anos que estudo a Astrologia, venho observando a insistência em crenças infundadas que margeiam a prática e tornam-na objeto de dúvidas e contestações. Procurei reunir, aqui, alguns tópicos que considero essenciais para separar a realidade da paranoia ou fantasia.
1) Astrologia é crença – é comum algumas pessoas me perguntarem se eu acredito em Astrologia. Ora, não se trata de crença, a Astrologia não está no âmbito das religiões ou crendices; a prática envolve cálculos, técnicas, modos de interpretação, análise de dados, estatísticas e até conhecimento da mecânica celeste. Insinuar que o caráter simbólico através do qual a Astrologia se apoia é uma crença, é no mínimo leviano e incongruente, normalmente quem o faz desconhece realmente os fundamentos/bases da prática;
2) Astrologia é Horóscopo – devido a popularização nas mídias das interpretações rasas a partir do signo solar (dia e mês do nascimento) do sujeito, a Astrologia ficou estigmatizada e reduzida ao horóscopo diário, semanal ou mensal. A Astrologia é bem mais complexa do que a simples análise para cada um dos doze signos, fazendo crer que a Astrologia seria mais um instrumento de autoajuda do que orientação pessoal. Astrologia é uma prática sistematicamente reflexiva e analítica, confiada a cada um dos analisados a partir de seu tema natal;
3) Depois dos 30 anos o Ascendente domina – não há lógica nessa afirmação. O retorno de Saturno que ocorre a cada 28-30 anos sugere um ciclo de amadurecimento psíquico, podemos até dizer que traços pertinentes à persona (Ascendente) podem se afirmar na personalidade do indivíduo, mas jamais dizer que o Ascendente se torna superior ao signo Solar ou mesmo Lunar. Então, nada de achar que é o Ascendente quem dita sua vida depois dos 30, ok?
4) Cada ano tem um regente planetário – essa é uma das crenças mais comuns e propagadas a cada final/início de cada ano. Tudo se inicia com a tabela de regências dos caldeus. Com a relação no passado entre a Astrologia e a Alquimia, estabeleceu-se uma associação dos 07 metais e 07 planetas (visíveis a olho nu, os luminares Sol e Lua até Saturno), fruto, também, das regências dos dias da semana e os planetas. Há um ciclo que se renova a cada 36 anos, baseado nos decanatos dos signos. Não há razão de considerarmos essa associação e o Brasil é um dos poucos países no mundo que ainda divulga esse equívoco;
5) Mercúrio retrógrado deve ser temido – existem 08 planetas “retrogradáveis” considerados na Astrologia Ocidental e, incrivelmente, é Mercúrio, um dos planetas com menor duração de translação e menor tempo de retrogradação, ganhou status de ‘planeta-problema’. Não há tanto frisson quando se trata de um retrogradação de Marte ou Saturno, por exemplo, fazendo crer que todos os prejuízos acontecidos no ciclo da retrogradação de Mercúrio, que o planeta é responsável por todos os males. Aprenda: retrogradação significa “revisão”, se ocorrer algum atraso é por culpa exclusivamente do indivíduo e não do planeta (o processo dificulta, mas não decide tudo);

6) Um eclipse é portador de desgraças – sempre é importante saber onde o eclipse acontecerá, seja ele solar ou lunar, na casa e planetas tocados. Os eclipses podem apenas ser um expurgo, um mergulho nas sombras para identificação das dificuldades ou crises, mas não, necessariamente, anunciadores de dores e ranger de dentes. Tudo dependerá dos elementos envolvidos no mapa e a fase da vida do indivíduo;
7) Você pode mudar seu signo solar ou o mapa num todo – nas últimas duas décadas surgiram anúncios na rede e em panfletagens prometendo modificar o signo solar ou mapa num todo, para gerar crescimento, sorte e progresso pessoal. Não há a mínima possibilidade disto acontecer, sugerindo oportunismo por parte dos anunciantes que, certamente, conhecem pouco ou nada sobre a prática. Em nada diferencia o tal de “trago o seu amor em 03 dias”. Nosso mapa progride, mas não por nossa vontade;
8 ) A Astrologia Sideral é superior à Astrologia Tropical – são formas diferentes para se compreender a realidade. Não podemos desprezar nenhuma técnica ou caminhos para o conhecimento, criando uma animosidade desnecessária entre os praticantes das áreas. Devemos lembrar que a Astrologia é uma técnica de caráter simbólico-filosófico que não está atrelado às limitações matemáticas, transcendendo a condição geográfica do observador celeste e a corrente adotada.
Se você lembrar de algum outro mito ou equívoco na área, deixe nos comentários.
Giancarlo Kind Schmid
Giancarlo Kind Schmid
Vivendo em meio aos livros desde criança na biblioteca de meu pai, despertei interesse logo cedo por Literatura e História. Aos onze anos, comecei a me identificar com História Antiga, mais precisamente Egiptologia e afins. O primeiro contato com o mundo esotérico surgiu das pesquisas feitas com Piramidologia e estudos sobre energia cósmica.

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