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O Enforcado, Dependurado e a Mandrágora

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Prática de tortura do dependurado (esboço de Leonardo Da Vinci);

Insistentemente muitos tarólogos continuam a chamar o arcano 12 de “O Enforcado”. O erro, oriundo de uma má tradução do espanhol e inglês para o português (por seu sentido duplo para “el colgado” e “the hanged man” – tanto para “pendurado” quanto para “enforcado”), no francês (“le pendu”) e italiano (“l’appeso”) já não acontece esse equívoco. Daí, toda essa confusão e vício de linguagem: pendurado é alguém suspenso pelo(s) braço(s) ou tornozelo(s); enforcado é alguém amarrado, suspenso, com a corda no pescoço. Dependurar alguém era uma prática de tortura para traidores, blasfemadores, “ladrões de galinha” ou agressores; enforcar já era comum para acusados de bruxaria e heréticos. Então, você agora já sabe: ninguém pode ser enforcado pelo tornozelo!

O texto tem propósito de criar paralelo entre enforcados, dependurados e a raiz chamada mandrágora.

SIMBOLISMO DA MANDRÁGORA

A mandrágora é uma planta da família das solanáceas, cuja principal característica é a presença de uma raiz bifurcada que lembra a figura humana, motivando inúmeras lendas e superstições. Faz parte do folclore de algumas regiões onde é mencionado seu poder de fecundidade, de dar riquezas e sorte no amor.

A mandrágora é uma erva perene de até 30 cm, com talos curtos e uma raiz tuberosa, grossa, semelhante ao nabo e que frequentemente pode apresentar uma forma que lembra a do corpo humano.

Manuscrito medieval sobre a mandrágora (séc. XIII);

É encontrada em prados úmidos, às margens dos campos e dos rios, na Espanha, em Portugal, na Itália, na Grécia, no Oriente médio e no Himalaia.

Na história da mandrágora houve diversas citações envolvendo desde seu lado de mistério e magia, até seus usos medicinais.

Pitágoras indicava que a mandrágora era usada nos cultos de muitos povos como erva mágica, devido ao formato humano da raiz.

Algumas lendas devem ser relatadas para que se possa ter uma ideia do que esta planta representava.

Para sua colheita havia um sério ritual, descrevia-se com uma espada três círculos ao seu redor antes de arrancá-la, devendo-se estar olhando para o poente. Outros desenterravam ao redor da raiz e então a amarravam a um cão que, ao atender ao chamado para sair do local, morria a seguir como vítima propiciatória. Para outros só era possível arrancá-la se antes fosse rodeada com urina de mulher ou sangue de menstruação. Relata-se que a raiz da mandrágora, ao ser desenterrada sem um ritual preparatório, gritava e gemia de tal forma que colocava louco ou matava quem a arrancasse.

Também acreditava-se que a mandrágora crescia junto às forcas e que seu poder afrodisíaco vinha daí, pois o enforcado ejaculava na terra ao cair pendurado, e nesse local nasciam as plantas. Outros acreditavam que a baba do enforcado ou dependurado poderia fazer nascer a raiz.

Estudos de um enforcado (esboço de Leonardo Da Vinci);

Era chamada a raiz da loucura, usada pela bruxa Circe, que transformava homens em animais pela sua magia.

Na mitologia grega estava relacionada a Hécate, a deusa da magia, da sabedoria, da intuição, e ligada ao arquétipo da parteira (que ajuda no momento do nascimento e também no da morte).

Na Idade Média a mandrágora era conhecida com alraum (que significa raiz que tem figura humana), sendo considerada um talismã mágico que trazia sorte e bens.

No século XVI queimava-se a mandrágora e guardava-se as cinzas envoltas em lenços de linho ou seda, na crença de que seu portador jamais seria infeliz.

Como remédio foi usada desde a Antiguidade como antidepressivo, sedativo e anestésico em casos de cirurgias. Paracelso conhecia-a como efetiva para calculose renal e sedativo para epilepsia, corisa e tosse. Em outro relato era utilizada para inflamações dos olhos, para adiantar a menstruação e provocar trabalho de parto.

Dioscórides explicava que a nandrágora colocada no liquor faz melhorar a melancolia, mas dose exagerada levava a morte.

Na literatura houve citação da lenda em Romeu e Julieta de Shakespeare, na cena em que Julieta irá beber um líquido que a fará parecer como morta, ela adverte para soar uma trombeta antes de retirar a mandrágora do solo, para não ouvir seus brados e enlouquecer.

Maquiavel escreveu a comédia ‘A Mandrágora’ que foi uma das primeiras do teatro moderno, onde mostra o uso da planta para tornar fértil as mulheres estéreis.

Fonte: https://www.ijep.com.br/…/…/mandragora-da-magia-a-homeopatia

Imagens:

Retirada da mandrágora do solo (manuscrito do século XIV);

Mandrágora capturada (manuscrito do século XIV);

Pendurado do Marseille Tarot.

Giancarlo Kind Schmid
Giancarlo Kind Schmid
Vivendo em meio aos livros desde criança na biblioteca de meu pai, despertei interesse logo cedo por Literatura e História. Aos onze anos, comecei a me identificar com História Antiga, mais precisamente Egiptologia e afins. O primeiro contato com o mundo esotérico surgiu das pesquisas feitas com Piramidologia e estudos sobre energia cósmica.

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