No arcano 04 de Paus do Rider Waite-Smith é retratada uma alegre festividade pagã da colheita, com cidadãos celebrando com frutos nas mãos em um ambiente europeu, com 04 bastões enfeitados lembrando um dossel: trata-se do festival de Lammas. A imagem sugere um período profícuo, pacífico, recompensador e reconfortante.
Celebrado no dia 2 de fevereiro para quem segue a Roda Sul e no dia 1º de agosto para quem segue a Roda Norte, Lammas, também conhecido como Lughnasadh, Véspera de Agosto e Primeiro Festival da Colheita, é a festa que marca o início da estação da colheita e é dedicado ao pão, onde agradecemos aos deuses pela colheita com várias oferendas às deidades para assegurar a continuação da fertilidade da terra, e honrar o aspecto da fertilidade da união sagrada da deusa e do deus.
Lammas é um dos quatro grandes Sabbats. Ocorre a ¼ de ano da chegada de Beltane. É um tempo tradicional para os trabalhos da Arte. Para os wiccanos, o sentido da visão da luz que está trazendo a frutificação das sementes da Primavera é o mistério de Lammas. Mas esse Sabá também é um momento de espera, quando as sementes são colhidas na esperança de novas vidas que virão.
NOMENCLATURA
O nome Lughnasadh (ou “Festival de Lugh”) veio de uma festa agrícola típica dos celtas, que comemorava os jogos funerais de Lugh, o deus Sol que era maior guerreiro dentre os celtas, pois derrotou os gigantes que exigiam sacrifícios humanos.
Já o nome Lammas significa “massa”, é um nome mais recente para se referir a Lughnashad e começou a ser utilizado na Idade Média, representa o alimento (geralmente pão ou bolo ou qualquer outra massa) feito com os grãos, que simboliza a colheita, e repartido (como alimento sagrado) entre os membros da família ou mesmo entre amigos.
Nomes alternativos: Elembrios, Harvest Tide, Teltain, Lunasa ou Laa Luanys (que deriva de Lughnasa), Tailtu Games.
HISTÓRIA
Lammas era originalmente celebrado pelos antigos sacerdotes druidas como o festival de Lughnasadh. Nesse dia sagrado, eles realizavam rituais de proteção e homenageavam Lugh, o deus celta do sol. Em outras culturas pré-cristãs, Lammas era celebrado como o festival dos grãos e o dia para cultuar a morte do Rei Sagrado.
Uma característica comum dos jogos eram os casamentos de Talitu, os casamentos informais que eram firmados por um ano e um dia ou até o próximo Lammas. Durante esse período, o casal decidiria se queria ficar junto ou romper com o casamento para que cada um seguisse o seu próprio caminho. Esse casamentos foram comuns até os anos de 1500 e as cerimônias eram geralmente solenizadas por um poeta, um bardo ou um Sacerdote ou Sacerdotisa da Antiga Religião.
MITO
Na tradição irlandesa, Lugh Lámfada é o filho de Cian da Tribo de Dana e de Ethnniu, filha de Balor, o horrendo líder dos Fomorianos. O matrimônio de Cian e Ethnniu foi utilizado como uma estratégia para unir as duas dinastias que buscavam o domínio da Ilha Esmeralda. No Lebor Gabála Érenn (O Livro das Invasões da Irlanda) nos é dito que Cian entregou seu filho Lugh para Tailtu, a rainha dos Fir Bolg que criou Lugh como seu filho adotivo Ora, os Fir Bolg eram homens mortais, descendentes de uma antiga linhagem que outrora havia governado a Irlanda mas que foram subjugados pelos Tuatha Dé Dannan. Tailtu cria Lugh como se ele tivesse saído de seu próprio ventre, ela assiste o lento passar do tempo, que nela produz marcas irreparáveis, transformá-lo de criança no jovem e poderoso guerreiro e artífice que ele se tornou. Infelizmente Tailtu morre após limpar os campos irlandeses para dar início agricultura na ilha(afinal, ela era uma rainha destronada e com ou sem a coroa em sua cabeça ela se sacrificaria pelo bem de seu povo). Tomado pelo luto, Lugh decide criar os Jogos de Lughnasadh em sua homenagem.
CORRESPONDÊNCIAS
* Ervas: flores da acácia, aloé, talo de milho, ciclame, feno grego, olíbano, urze, malva-rosa, murta, folhas do carvalho, girassol e trigo, peônia, flor de trevo, heliotrópio, verbena, murta, rosa, girassol, musgo irlandês,
trigo, salga, centeio, aveia, cevada, arroz, alho, cebola, manjericão, menta, babosa, acácia, folha de maçã, folha de framboesa, folha de morango, folha de uva, azevinho, confrei, calêndula, vinheiro, hera, avelã, espinheiro-preto, sabugueiro;
* Plantas e frutos: flores da acácia, aloés, olíbano, nozes, cerejas, arroz, cevada, urze, murta, girassol, milho, aveia, trigo, amoras, maçãs, além de todos os grãos e frutos maduros da estação;
* Frutas brasileiras do verão: abacaxi, banana-prata, côco verde, figo, jabuticaba, jaca, kiwi, laranja pêra, laranja seleta, mamão Havaí, manga, melancia, melão, nectarina, pêssego, romã, uva Itália;
* Verduras e legumes da época: alho, batata, catalonia, milho verde, salsão, vagem;
*Comidas típicas: pães caseiros, bolos de cevada, cordeiro assado, além de tortas e outros pratos feitos a partir dos frutos da estação. Os alimentos pagãos tradicionais são pães caseiros (trigo, aveia e, especialmente, milho), nozes, cerejas silvestres, maçãs, arroz, tortas de cereja, vinho de sabugueiro, cerveja e chá de olmo;
* Bebidas típicas: vinhos, cervejas, chás e sidras, além de sucos e outras bebidas preparadas a partir dos frutos da estação;
* Incensos: acácia, aloé, olíbano, rosa e sândalo.
* Cores: laranja e amarela. marrom, laranja, vermelho, amarelo;
* Pedras: aventurina, citrino, peridoto e sardônia, olho-de-gato, topázio dourado, obsidiana, ágata, musgosa, rodocrosita, quartzo claro, mármore, ardósia, granito, seixos de rio;
* Deuses geralmente representados: Lugh, Tailtu, Aine, Baco, Apolo, Rá, Ceres, Deméter, Mani, Urihi, Kupeirup, Iaçá, Danu, Gaia, Pele, Brigid, Uzume, e os demais deuses e deusas da colheita, fartura e proteção.
* Fonte:
https://dezmilnomes.wordpress.com/…/lammas-o-festival-da-c…/