Venho acompanhando ao longo dos últimos cinco anos reportagens relacionadas à construção e experiências através do famoso Colisor de Hádrons (Hadrões) ou Colisor de Partículas (LHC). Caso não saiba exatamente do que se trata, é um grande anel metálico de 8,6 km de diâmetro (contendo 9.300 imãs) que se estende por 27 km na fronteira da França com a Suíça a 175 metros de profundidade. Hermeticamente fechado, essa mega construção é um grande laboratório de física, onde os cientistas realizam, desde 2008, experimentos com objetivo de detectar algumas partículas que só poderiam ser observadas na geração de massas estelares. Uma dessas partículas que se tornou famosa é o Bóson de Higgs que, segundo as pesquisas, deu origem à matéria do universo. Algumas reportagens recentes afirmam que se trata de outra partícula, impostora, mas com características similares a de Higgs.
A construção do Colisor custou bilhões de euros aos cofres europeus. Num tempo de crise mundial, o experimento tornou-se um “grande elefante branco” (provavelmente será desligado ainda esse ano). No entanto, nenhum governo investiria tanto em uma pesquisa cujos resultados seriam pífios. Ou seja, a importância ou magnitude do experimento é muito maior do que o levantado e veiculado pela mídia. A descoberta de uma partícula que fez parte da origem do universo é tão importante quanto à descoberta do fogo pelo Homo Habilis (pensemos no grande salto da humanidade quando o homem primitivo conseguiu dominar o elemento).
Você deve estar se perguntando: “o que uma partícula que fez parte do Big Bang poderá contribuir para a minha vida e de toda a sociedade?”. Antes de responder, quero frisar que não sou conhecedor de leis da física e, muito menos, sou um cientista. Toda e qualquer abordagem realizada daqui pra frente, é oriunda do cruzamento de informações e dados, já que sou um grande entusiasta de ficção científica (que é uma prévia do que está por vir – vide Júlio Verne) e, antes de qualquer coisa, sou um tarólogo e simbologista. Meu raciocínio desliza sobre as hipóteses que jamais poderei classificar como “sonhos”.
O entendimento da origem do universo é o primeiro para compreensão das leis que operam em nossa realidade. Se um cientista for capaz de acompanhar o comportamento de uma determinada partícula que só é capaz de se manifestar a partir do choque com outras partículas eletromagnéticas à velocidade da luz sob temperaturas extremas, será possível entender como operam determinadas ondas de energia que permeiam nosso universo. Entre outras palavras, o pesquisador pode conseguir entender como a matéria se originou e como ela pode ser manipulada sob certas condições ambientais. Tomemos como exemplo a água: ela pode assumir uma condição sólida (gelo), líquida e gasosa.
Dependendo da temperatura e condição ambiental, a água se manifestará de uma forma específica. Assim, também, os cientistas pretendem entender como controlas partículas subatômicas podem se desagregar e se agregar de volta sem perder suas características e forma original. É meio caminho andado para experimentos com teletransporte – fazer com que a matéria seja desintegrada e reintegrada em outro lugar a milhares de quilômetros onde se encontra.
Refletindo sobre a suposta descoberta do Bóson de Higgs (ou Partícula de Deus) no dia 04/07/2012 (em homenagem ao pesquisador Peter Higgs, que teorizou a sua existência), imediatamente associei ao Ás de Paus. Os ases são manifestações originais de cada naipe e aglutinam todas as possibilidades em si. Como retratado biblicamente no primeiro capítulo da Gênesis (01, vers. 03), o “Fiat Lux!” (“Faça-se a Luz!”) é o impulso originário da matéria. O fogo, elemento espiritual, segundo a metafísica, é o responsável por dar existência à matéria e moldá-la.
Ás de Paus no Aquatic Tarot
Ás de Paus
Aquatic Tarot
O Big Bang nada mais é que uma grande explosão de energia onde várias partículas se agregaram e deram origem à massa do universo.
Um outro ponto importante é a rapidez com que o fogo se manifesta: ágil, somente será possível a observação do Higgs e outras partículas desconhecidas em níveis de velocidade altíssimos. Esse é outro ponto que me chama a atenção – os cientistas estão se dando conta, pela primeira vez, que existem múltiplos universos e se forem capazes de dar saltos entre esses universos, as viagens no tempo e espaço se tornarão possíveis. Ou seja, um astronauta será capaz de penetrar nos recônditos do universo através de dobras no espaço. Isso pode significar que uma viagem a um satélite ou outro planeta levará horas (quem sabe minutos ou segundos?) ao invés de meses ou anos.
O Ás de Paus é o impulso criador e gerador de possibilidades. Nos ases temos o ímpeto desbravador que inaugura uma nova fase de vida. Costumo chamar os ases de “leis divinas” e não à toa, o Bóson de Higgs foi batizado de ‘Partícula de Deus’. Em Paus, o Ás é ‘lei do progresso e evolução’ em plena manifestação. Anuncia uma era importante para a humanidade, um salto quântico para a civilização. Mas, como toda e qualquer descoberta, exige-nos prudência e humildade perante a grandeza do universo que mal conhecemos sua operatividade.
Eis alguns possíveis desdobramentos da descoberta:
• Viagens à velocidade da luz;
• Viagens no tempo (como observadores);
• Teletransporte (transmissão da matéria);
• Domínio da gravidade (tornar a massa mais leve);
• Energia alternativa e limpa;
• Descobertas médicas para prolongar a vida;
Algumas curiosidades técnicas sobre o LHC |
Características Valores Equivalente a Circunferência ~ 27 km Distância percorrida em 10 horas por um feixe ~ 10 milhões de km uma ida e volta a Netuno Número de voltas no túnel por segundo 11 245 Velocidade dos prótons à entrada do LHC 229 732 500 m/s 99,9998 % da velocidade da luz Velocidade dos prótons na colisão 299 789 760 m/s 99,9999991 % da velocidade da luz Temperatura da colisão ~ 1016 0C 1 milhão de vezes mais quente que no centro do Sol Temperatura dos crio ímãs 1,9 K (-271,3 0C) temperatura inferior à do espaço intersideral (2,7 K, -270,50C) Quantidade de Hélio necessário ~ 120 t Volume do vazio isolando os crioímãs ~ 9 000 m³ volume da nave de uma catedral Pressão do vazio no feixe ~ 10−13 atm pressão 10 vezes inferior à da Lua Consumo elétrico ~ 120 MW o dobro de um Airbus A380 em viagem de cruzeiro |
Bibliografia: |
ADAMS, Scott. Partículas de Deus. Rio de Janeiro. Ediouro. 2002 FEYNMAN, P. R. Física em Seis Lições. Rio de Janeiro. Ediouro, 2001. FILHO, José Pinto dos Santos. Física Quântica: Partícula de Higgs, Bóson, Partícula de Deus. Rio de Janeiro. Paju Editora. 2010. GOSWAMI, Amit. O universo autoconsciente : como a consciência cria o mundo material / Amit Goswami com Richard E. Reed e Maggie Goswami; tradução Ruy Jungmann. 2ª ed. – São Paulo : Aleph, 2008. – (Série novo pensamento) HAWKING, Stephen. O Universo numa Casca de Noz. São Paulo. ARX, 2002. WIKIPÉDIA. Bóson de Higgs: www.pt.wikipedia.org/wiki/Bóson_de_Higgs [18/07/2012] WIKIPÉDIA. Grande Colisor de Hádrons: www.pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Colisor_de_Hádrons. [18/07/2012]. |