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As Duas Torres: da Morte Ao Umbral

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The Two Towers (As Duas Torres, no Brasil e em Portugal) é o segundo volume da trilogia O Senhor dos Anéis, escrita pelo professor e filólogo britânico J. R. R. Tolkien. É a continuação de ‘A Sociedade do Anel’ e antecede ‘O Retorno do Rei’. Foi publicado originalmente em 11 de novembro de 1954.

O título do livro trata das Torres Orthanc (representada pela Mão Branca) e Minas Morgul (com uma lua em cima, fazendo referência ao antigo nome, Minas Ithil). A torre Orthanc é negra em referência ao nigredo, estágio alquímico da escuridão que comporta dois subestágios: putrefactio (apodrecimento) e mortificatio (mortificação). Representada pela Mão Branca, em referência à mão (ossuda) da “Morte” (arcano 13), a mesma que carrega a bandeira da Rosa Mística, símbolo da ressurreição e transcendência. Minas Morgul, por outro lado, é representada pela torre branca, cujo emblema é uma alusão à “Lua”, arcano 18. Aqui o branco reflete a luz do astro, não representando o estágio alquímico albedo (o branco) ou a pureza, enaltecendo seu ar fantasmagórico, morada das almas condenadas.

Orthanc teria nascido das convulsões sofridas pelas colinas nos primeiros dias, e a partir do resultado – quatro pilares multifacetados, lisos, indestrutíveis – a torre foi criada. Ela não era a única proteção do local, pois o vale era defendido por muralhas construídas posteriormente. Talvez devido a pedra negra, aparentemente indestrutível, a torre suportou os milênios sem aparentar desgaste. Já Minas Morgul era uma fortaleza de Gondor, originalmente chamada Minas Ithil. Como a fortificação mais oriental do reino de Gondor,
Minas Ithil salvaguardou as fronteiras orientais do reino de Gondor e protegeu a capital de Osgiliath das forças de Mordor durante o início da Terceira Era.

No arcano 13 podemos ver, ao longe, as duas torres, fitando em direção ao leste (o sol nascente na carta). A Morte reside na parte baixa do vale, nas regiões ctônicas ou ínferas, onde o sol se põe (o oeste). Seu ambiente é similar ao Hades grego, inclusive com a barca de Caronte que carrega as almas dos mortos de um lado a outro da margem do venenoso rio Estige. Na obra de Tolkien, a torre negra torna-se a morada do mago Saruman e, também, seu sepulcro.

Em linguagem élfica fictícia de Tolkien, Sindarin , Minas Ithil significa “Torre da Lua” e Minas Morgul significa “Torre da Magia Negra.” A palavra minas significa “torre”. A palavra Ithil é um nome poético para a lua de sil ou thil significado “brilhar com luz branca ou prata.” A palavra Morgul significa “magia negra” ou “artes negras”. O elemento mor significa “preto, escuro” e Gul significa “feitiçaria, magia” a partir do tronco ngol- ( Quenya cognato Nole ) que significa “longo estudo, sabedoria, conhecimento.” Em paralelo com o arcano 18, a luz fantasmagórica da lua crescente traz à tona todos seres noturnos, especialmente os caçadores, uma alusão à criaturas como vampiros, licantropos e súcubos. A torre branca em seu ambiente obscuro e hostil faz menção ao umbral, desterro dos condenados, desesperados e perdidos.

As torres referem-se ao terror (da morte, arcano 13) e ao medo (do desconhecido, arcano 18), dois temas que se confundem na jornada de “O Senhor dos Anéis”, já que os personagens destinados a pôr fim ao “um anel” (a Sociedade do Anel – os hobbits, em especial Frodo e Sam) confrontam tais condições, necessidade urgente para sua sobrevivência e aprendizado. O que podemos aprender com a história das “duas torres” de Tolkien e do tarô? Que não existe a mínima possibilidade de cumprirmos nossa jornada sem abdicarmos e abrirmos mão daquilo que nos apegamos, e que a única coisa absolutamente certa é um dia morrermos; por outro lado, novas experiências nos levam ao encontro do desconhecido cujo medo pode desviar-nos de nossa jornada. A travessia é um ato de conhecimento e fé (18-13= 05, o Hierofante) cuja necessidade é nos mantermos firmes, comprometidos e com pés no chão (18+13= 31; 3+1= 04, o Imperador). Temos muito a aprender com a jornada de Frodo e Samwise, ainda que ela tenha sido sofrida, sugerindo que o tamanho de nosso caráter é infinitamente superior à estatura física. A morte e o umbral são maneiras de testar nossa convicção e firmeza interior, meios de enfrentar nossos demônios internos e nossas angústias.

Giancarlo Kind Schmid
Giancarlo Kind Schmid
Vivendo em meio aos livros desde criança na biblioteca de meu pai, despertei interesse logo cedo por Literatura e História. Aos onze anos, comecei a me identificar com História Antiga, mais precisamente Egiptologia e afins. O primeiro contato com o mundo esotérico surgiu das pesquisas feitas com Piramidologia e estudos sobre energia cósmica.

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