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A ilustração de Pamela C. Smith para o 10 de Espadas do (Rider)

O Arcano 08 de Paus
setembro 18, 2024
A ilustração do 09 de Paus do Waite-Smith
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A ilustração de Pamela C. Smith para o 10 de Espadas do (Rider) Waite-Smith apresenta uma imagem tenebrosa: um homem caído ao chão, com 10 gládios espetados ao longo de suas costas, encontra-se num solo lamacento que se mistura ao seu sangue, tendo ao fundo o amanhecer, como se, após tantas dores o sofrimento caminhasse para o fim. A imagem faz referência aos suplícios aplicados a centenas de pessoas por variados motivos (não só criminais), mas por vingança ou acusações políticas e/ou religiosas. Muitos países na Europa (a citar Inglaterra, Itália, Espanha, Portugal, Alemanha e outros) adotaram os suplícios principalmente a partir do século XVII, onde o objetivo não era apenas matar, mas humilhar o supliciado através das dores intensas impostas com fim de extrair-lhes confissões (muitas destas ocorrendo apenas por desespero e tormento). O título sugerido é “Suplício”.
Até o fim do século XVIII, o suplício era uma maneira de punir, simples assim, apenas uma das maneiras pelas quais o poder se aplicava sobre o outro. Não era a mais comum, mas… existia.
Em primeiro lugar, o suplício é a arte de causar dor: uma dor inexprimível, indescritível, inefável, pior que a morte. Se possível, uma dor que seja comparável a mil mortes. A medida desse sofrimento é designada de acordo com a gravidade do delito. Em segundo lugar, deve ser marcante, deve deixar uma marca no corpo, algo do qual o supliciado, caso sobreviva, nunca mais se esqueça: a perda de um membro ou uma cicatriz profunda. E terceiro, deve impressionar aqueles que o veem, os espectadores devem se lembrar para sempre o que os espera caso sejam condenados também. O corpo do supliciado é um corpo que se curva à justiça, ou melhor, trata-se de uma justiça que faz o corpo se curvar à força! Ele será alvo da fúria da lei e da ordem. O julgamento acontecerá longe dos olhos curiosos, através de acusações e provas. Já a punição incidirá sobre seu corpo na forma de um espetáculo.
Através do suplício o réu faz brilhar toda a verdade de um acontecimento. Através da dor, ele se confessa, se purga, se salva. Da acusação até o grito final é um caminho delito-verdade-justiça-pena que se completa. A grande questão aqui é que um crime não ataca apenas a vítima, mas ataca o Rei, o Soberano, aquele dos quais todos são súditos. Ou seja, cometer um crime é ofender ao próprio Rei! Eis o problema. Todo criminoso se torna automaticamente um inimigo do Rei, afinal, sua soberania foi desafiada e lesada pelo ato infrator. Logo, é dever do monarca restabelecer sua força e mostrar toda sua glória.
A função do suplício, como podemos ver, é mais que uma questão jurídica, é também política: através do cerimonial de dor e sofrimento o Rei restabelece seu poder lesado por alguns instantes e restaura seu brilho momentaneamente maculado pelo desafio infeliz de um de seus súditos.
Os excessos do suplício eram a maneira de mostrar o quanto era dissimétrica a relação Rei-súdito. O primeiro é todo poderoso, e pode fazer valer a sua força até o extremo, causando a maior das dores e punições possíveis, o outro é apenas um humilde súdito, ordinário, insignificante, mas que ousou provocar a ira do poder real. Todo criminoso é um inimigo da realeza, e precisa ser tratado como tal (por isso a pena por tentativa de regicídio era uma das mais cruéis e temíveis).
As interpretações possíveis são: fim da dor ou dor do fim, prejuízos psicológicos, desgastes, exaustão, sofrimento que chega ao fim, interrupção, suicídio, desistência, abatimento, culpa, traição, ação abortada, destituição, destruição.
Giancarlo Kind Schmid
Giancarlo Kind Schmid
Vivendo em meio aos livros desde criança na biblioteca de meu pai, despertei interesse logo cedo por Literatura e História. Aos onze anos, comecei a me identificar com História Antiga, mais precisamente Egiptologia e afins. O primeiro contato com o mundo esotérico surgiu das pesquisas feitas com Piramidologia e estudos sobre energia cósmica.

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