Descubra seu
ARCANO PESSOAL
Nossos
CURSOS
Whatsapp:
(24) 99227-2726
Área do Cliente

|

Rumi Tarot
setembro 18, 2024
O Arcano 08 de Paus
setembro 18, 2024

O 10 de Paus conta com um enredo triste. A ilustração de Pamela C. Smith para esse arcano apresenta um homem abraçado a um pesado fardo de varas, com o corpo envergado, dirigindo-se a uma cidade. Esta cena reúne duas realidades: o trabalho escravo e o ato de preparar as fogueiras inquisitórias. Era comum alguns serviçais serem incubidos de carregar as lenhas e armar as fogueiras em praça pública para queimar os chamados “hereges, feiticeiras ou bruxas”; não raro, familiares dos condenados eram obrigados a tal ato. O peso que o personagem carrega não é só físico, é psicológico. O título sugerido a esse arcano é “O Fardo”.

A Inquisição, ou Tribunal do Santo Ofício, foi uma instituição judicial da Igreja Católica que existiu entre os séculos XIII e XIX. Em aliança com o Estado, o objetivo da Igreja era reprimir a heresia e fazer prevalecer a fé cristã.

Qualquer tipo de pensamento em matéria de fé que fosse contrário ao da Igreja era considerado uma heresia. A palavra grega hairetikis, que dá origem ao termo herege, significa “aquele que escolhe”. Assim, no longo período em que durou a Inquisição, fazer as próprias escolhas era uma atitude extremamente perigosa. Caso essas escolhas representassem uma ameaça ao poder da Igreja, a pessoa poderia ser perseguida, processada, torturada e condenada, inclusive, à morte.
A imagem da fogueira transcende a mera alegoria retórica para comunicar uma reminiscência que participa das origens históricas deste estado de coisas.

No discurso, nenhuma palavra é vã.

Muitos resquícios inquisitórios do processo penal contemporâneo remetem à ritualística empregada pelos tribunais do Santo Ofício na condução dos “autos de fé”, procedimentos (e não “processos”, na acepção fazzalariana de encadeamento de atos formais conduzidos em contraditório) vocacionados à apuração do cometimento de heresias atentatórias aos valores então aguerridamente defendidos pelo poder temporal e pela sua maior expressão institucional no ocidente, a Igreja Católica.

Havia, então, uma liturgia procedimental fundada na possibilidade de atingimento de uma verdade transcendente e, portanto, “mitológica”, legitimando-se todos os meios necessários para o seu (suposto) desvelamento. A verdade, enquanto instância una, metafísica, linear e imutável, precisava ser “descoberta” e, estando enclausurada no imputado, deveria ser dali extraída, ainda que (não raramente) por vias de coação do próprio corpo do “herege”, como a tortura; ou mesmo através de expedientes como as ordálias, tão ou mais estapafúrdios, sob o ponto de vista da racionalidade, que aqueles imputados ao acusado.

Após séculos de perseguição, torturas e assassinatos, a Inquisição foi extinta no início do século XIX. Não faz tanto tempo assim. Num esforço político de adaptação da sociedade portuguesa aos novos tempos, marcados pelo avanço do liberalismo e o enfraquecimento da Igreja, a Inquisição em Portugal foi oficialmente abolida em 1821. Na Espanha, foi eliminada por José Bonaparte em 1808; restaurada por Fernando VII em 1814, só foi extinta em 1834.
A interpretação envolve opressão, cansaço, sobrecarga, exaustão, peso psicológico, fadiga, desgastes, estar “no limite”, “peso-morto”, indisposição, autoexigência, autocobrança, conclusão com ônus.

Giancarlo Kind Schmid
Giancarlo Kind Schmid
Vivendo em meio aos livros desde criança na biblioteca de meu pai, despertei interesse logo cedo por Literatura e História. Aos onze anos, comecei a me identificar com História Antiga, mais precisamente Egiptologia e afins. O primeiro contato com o mundo esotérico surgiu das pesquisas feitas com Piramidologia e estudos sobre energia cósmica.

Comments are closed.

Enviar Mensagem
Deixe-me por escrito o assunto ou questão de seu interesse.